Porque Virginia Woolf jamais imaginou que chegaríamos a esse ponto
Estou na internet há muitos anos. Comecei a minha trajetória mantendo um blog no site da Dakotinha (você não leu errado, era a marca de calçados!), por influência de uma das minhas melhores amigas de infância. Eu só podia acessar a internet por vinte minutos aos finais de semana, enquanto a linha telefônica ficava ocupada como se eu estivesse em uma ligação. Ao longo da semana, anotava o que tinha acontecido comigo em uma agenda e, aos sábados, transformava em (múltiplos) posts no meu blog, publicados todos de uma só vez. Logo depois, criei um blog no site da Melissa (as marcas de calçado eram as maiores incentivadoras da blogosfera) até que enfim cheguei ao ápice da época: Blig, o Blog da IG.
Passei pelo weblogger, blogger, zip.net e muitos outros provedores. Aprendi códigos de HTML e até me arrisquei na linguagem PHP quando finalmente migrei para o WordPress, mas a certa altura manter um blog – e um site pessoal – foi perdendo o apelo. O mundo digital parou de se organizar em espaços setorizados, onde cada um criava seu próprio universo, para se organizar em redes sociais. E por muito tempo amei ter redes sociais, até que parei de amar.
Vivemos em um universo que praticamente implora para que estejamos disponíveis o tempo inteiro, mas não quero mais ser assim. Não quero mais estar assim. Esse é o meu site. Meu blog. O lugar em que você vai encontrar coisas sobre meus escritos e uma reflexão de vez em quando. Aqui pretendo reunir informações sobre mim, informes e notícias. Com calma, como tem que ser. Afinal, a escrita tem um tempo todo seu. E agora eu tenho um teto para chamar de meu nessa tal de internet.

